Viver a simplicidade do ser, é viver a sabedoria do perdão e a eternidade do verdadeiro amor. (Rosinha Megdesian)
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Filho meu, minha voz não despreza tuas pequeninas coisas de cada dia, mas delas se eleva para as grandes coisas de todos os tempos.
(...) Ama o trabalho, mas com espírito novo; ama-o, não pelo que ele é propriamente, porém, como um ato de adoração a Deus, como manifestação de tua alma, nunca como febre de riqueza ou domínio. Não prendas tua alma aos seus resultados, que pertencem à matéria e, portanto, sujeitos à caducidade; ama, porém, o ato, somente o ato de trabalhar. Não seja a posse, o triunfo, a tua recompensa, mas sim, a satisfação íntima de haveres cumprido, cada dia, o teu dever, colaborando assim no funcionamento do grande organismo coletivo.
(...) Desapega-te de tudo, inclusive do fruto de teu trabalho, se queres entrar na posse da paz. Ocupa-te das coisas da Terra, mas apenas o suficiente para aprenderes a desapegar-te delas.
Toda construção deve localizar-se no teu espírito, deve ser construção de qualidades e disposições da personalidade, e não edificação na matéria, que é um remoinho de areia que nenhum sinal pode conservar.
(...) Outro grande problema, que voz diz respeito, é o amor. Elevai-vos em amor, como deveis elevar-vos em todas as coisas, se quereis encontrar profundas alegrias. Martelai vossa alma, num íntimo trabalho de cada dia, que vos leva à conquista de amores sempre mais extensos, únicos que têm a resistência das coisas terrenas.
Sabes que o amor se eleva do humano ao divino e que nessa ascensão ele não se destrói, mas se fortalece, aperfeiçoando e multiplicando-se. Segue-me e, então, poderás entoar o cântico do amor:
“Meu corpo tem fome e eu canto; meu corpo sofre e eu canto; minha vida é deserta e eu canto; não há carícias para mim, porém todas as criaturas vêm à mim. Meu irmão de mim se aproxima como inimigo, para prejudicar-me, e eu lhe abro os braços em sinal de amor. Eu vos bendigo a todos vós que me trazei dor, porque com ela me trazeis a purificação, que me abre as portas do Céu. Minha dor é um cântico que me faz subir. louvado sejas, ó Senhor, pelo que é a maior maravilha da vida; que as pobres intenções malignas de meu próximo sejam para mim a Tua Bênção”.
(...) Almas, almas eu peço. para conquistá-las vim das profundezas do infinito, onde não existe espaço nem tempo, vim oferecer-vos meu abraço, vim de novo dizer-vos a palavra da ressurreição, para elevar-vos até mim, para indicar-vos um caminho mais elevado onde encontrareis as alegrias puras.
Vós vos identificastes de tal modo com a vida física que já não podeis sentir senão uma vida limitada como a do vosso corpo. Pobre vida, rápida e cheia de incertezas, enclausurada nas limitações de vossos pobres sentidos. Pobre vida, encerrada num ataúde, na sepultura que é o corpo a que tanto vos agarrais. Minha voz encerrará todos os extremos de vossas diferentes psicologias. Escutai-me!
(...) Minha verdade é áspera e nua, contudo é a verdade. Peço o vosso esforço, mas dou a felicidade. Digo-vos: “Sofrei”, mas junto de vós estarei no momento da dor; com piedade maternal, velarei por vós; medindo todo o vosso esforço, proporcionarei as provas segundo vossa capacidade; finalmente, farei o que o mundo não faz: enxugarei vossas lágrimas.
O mundo parece espargir rosas, mas na verdade distribui espinhos; eu vos ofereço espinhos, porém vos ajudarei a colher rosas.
Segui-me, que o exemplo já vos dei. Levantai-vos, ó homens: é chegado o momento. Não venho para trazer guerra, mas, sim, paz. Não venho trazer dissensão às vossas idéias nem às vossas crenças: venho fecundá-las com meu espírito, unificá-las na minha luz.
Não venho para destruir e sim para edificar. O que é inútil morrerá por si mesmo, sem que eu vos dê exemplo de agressividade.
(...) Não venho para agredir, mas para ajudar; não para dividir, mas unir; não demolir, mas edificar. Minha palavra busca a bondade, antes que a sabedoria. Minha voz a todos se dirige. Ela é ampla como o universo, solene como o infinito. Descerá aos vossos corações, às vezes com a doçura de um carinho, outras vezes arrastadora como o tufão.
(...) Homens, tremei! É supremo o momento. É por motivos supremos que do Alto desço até vós. Escutai-me: o mundo será dividido entre aqueles que me compreendem e me seguem e aqueles que não me compreendem e não me seguem. Ai destes últimos! Os primeiros encontrarão asilo seguro em meu coração e serão salvos; sobre os outros a Lei, não mais compensada pelo meu amor, descerá inelutavelmente e eles serão arrastados por um vendaval sem nome para trevas indescritíveis.
Não vos iludais: reconhecei a minha voz. Reconhecei-a pela sua imensa tonalidade, pela sua bondade sem fronteiras. Algum homem, porventura, já falou assim? falo-vos de coisas singelas e elevadas, de coisas boas e terríveis. Sou a síntese de todas as Verdades.
Não me oponhais barreiras de vossas almas, mas escutai, ponderai, deixai que este raio de luz que vem de Deus desça à vossa consciência e a ilumine. Eu vô-lo rogo, humilhando-me em vossa presença; humildemente, para vossa salvação, eu vos suplico: escutai a minha voz!
(...) Escutai-me. Falo-vos com amor, imenso amor. Fui por vós insultado e crucificado, e vos perdoei; perdoo-vos ainda e ainda vos amo. Trago-vos a paz. Até junto de vós retorno para falar-vos de uma ciência que a vossa não conhece, para pronunciar-vos a palavra que nenhum homem sabe falar, palavra que vos saciará para sempre. Escutai-me.
Minha voz conduzirá vosso coração a um êxtase que nenhuma vitória material, que nenhuma grandeza do mundo jamais vos poderá dar.
(...) Quem sou eu? - perguntais-me.
Sou o calor do sol matinal que vela o desabotoar da florzinha que ninguém vê; sou o equilíbrio que, na variação alternadora dos elementos, a todos garante a vida. Sou o pranto da alma quebrantada, em que desabrocha a primeira visão do divino. Sou o equilíbrio que, nas mudanças dos acontecimentos morais, a todos promete salvação. Sou o rei do mundo físico de vossa ciência; sou o rei do mundo moral que não vedes.
Sempre me procurais, em toda a parte. Sempre mais profundamente vos escapo, de fibra em fibra, nas vossas mesas de anatomia, de molécula em molécula nos vossos laboratórios. Vós me procurais, dilacerando e dissecando a pobre matéria: mas eu sou espírito e animo todas as coisas. Não com os olhos e os instrumentos materiais, mas somente com os olhos e os instrumentos do espírito podereis encontrar-me.
Sou o sorriso da criança e a carícia materna; sou o gemido daquele que corre implorando salvação; sou o calor do primeiro raio de sol da primavera, que traz a vida e sou o vendaval que traz a morte; sou a beleza evanescente do momento que foge; sou a eterna harmonia do universo.
Sou Amor, sou Força, sou Ideia, sou Espírito que tudo vivifica e está sempre presente. Sou a lei que governa o organismo do universo com maravilhoso equilíbrio. Sou a Força irresistível que impulsiona todos os seres para a ascensão. Sou o cântico imenso que a criação entoa ao Criador.
(...) A humanidade terrestre aproxima-se de sua unificação, numa nova consciência espiritual. Não vos insulteis, pois; antes, compreendei-vos uns aos outros. Que cada um concorra com o seu grãozinho para a grande fé e que esta vos torne todos irmãos.
Que a religião, que é revelação minha, e a ciência, que é o vosso esforço e todas as vossas intuições pessoais se unam estreitamente numa grande Síntese, e seja esta uma síntese de verdade.
Porque eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.
(Mensagem de "Sua Voz" recebida pelo Prof. Pietro Ubaldi no dia 02 de agosto de 1932, dia do Perdão da Porciúncula, de São Francisco de Assis.)
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