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Toda Gentileza é uma Declaração de Amor
Gentil
é aquele que passa pela vida do outro, toca-o com leveza e marca-o onde ninguém
mais pode ver.
Lembro-me
que, quando pequena, sempre saia com meu avô pela rua. Figura agradável e
prestativa, não economizava sorrisos ou negava favores. Jamais o vi reclamando
que alguém não pagou pelo seu trabalho ou que foi explorado. Brincava com as
meninas da padaria, dava gorjeta, ajudava aos irmãos, aos filhos e mimava as
netas. Quando trabalhava, fazia-o assoviando. O que o tornava tão especial e
querido por todos? O que o mantinha nesse estado de equilíbrio com o ambiente?
Gosto de pensar que ele era gentil consigo e com a vida.
Todos
passamos por situações complicadas. Somos ludibriados, destratados e, muitas
vezes, até mal amados. Sofremos com a falta de dinheiro, temos preocupações com
a nossa saúde, com a saúde dos filhos, dos nossos pais, do nosso cachorro.
Entretanto, o que difere o ser gentil é que ele não coloca seus problemas no
centro do mundo e nem acha que todos têm que parar com suas vidas porque ele
não está bem. O verdadeiro entendedor da gentileza sabe ser suave com o outro,
percebe que somos interligados por algo maior que nossos próprios interesses,
que as relações humanas são pétalas de uma mesma flor.
Ainda
hoje, embora tenham se tornado espécimes raros, diz a lenda que, quando vistos,
são facilmente reconhecíveis. São aqueles que nos olham verdadeiramente nos
olhos, que, quando íntimos, nos dão abraços apertados, que cumprem suas
promessas e que não pensam antes de se levantar e oferecer seu lugar no banco.
O
ser gentil é naturalmente educado, pois valoriza o outro como pessoa. Sabe que
respeito é afeto, que delicadeza é cuidado e que toda gentileza é uma
declaração de amor.
Josie Conti
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