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quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Silêncio! É Natal!

     Não sei falar, irmão Leão. Só poderia dizer algumas palavras soltas, contudo, é melhor o silêncio com as lágrimas. (São Francisco)
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     Quando um profundo silêncio tudo envolvia, e a noite chegava ao meio de seu curso, do alto do céu, a vossa palavra onipotente, deixando o vosso real trono, lançou-se... (Sab 18: 14-15)

     E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade. (Jo 1:14)
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     Partindo do âmago do Pai, ela veio ao seio de uma mãe… A Palavra de Deus vem pois a nós do seu trono real; ela abaixa-se para nos elevar; ela empobrece-se para nos enriquecer; ela faz-se homem para nos divinizar.
     Todas as coisas estavam mergulhadas no meio do silêncio, quer dizer entre os profetas que já não falavam e os apóstolos que falariam mais tarde… Que a Palavra do Senhor venha agora àqueles que fazem silêncio. Escutemos o que o Senhor nos diz no fundo de nós próprios. Que os movimentos e os gritos desastrosos da nossa carne se calem, que as nossas orelhas atentas escutem livremente o que diz o Espírito, para que escutem a voz que está acima do firmamento. (Julião de Vézelay, monge beneditino do século XI)
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terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Você é o Natal

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VOCÊ É O NATAL

O Natal costuma ser sempre uma ruidosa festa; entretanto se faz necessário o silêncio, para que se consiga ouvir a voz do Amor.
Natal é você, quando se dispõe, todos os dias, a renascer e deixar que Deus penetre em sua alma.
         O pinheiro de Natal é você, quando com sua força, resiste aos ventos e dificuldades da vida.
         Você é a decoração de Natal, quando suas virtudes são cores que enfeitam sua vida.
Você é o sino de Natal, quando chama, congrega, reúne.
A luz de Natal é você quando com uma vida de bondade, paciência, alegria e generosidade consegue ser luz a iluminar o caminho dos outros.
Você é o anjo do Natal quando consegue entoar e cantar sua mensagem de paz, justiça e de amor.
A estrela-guia do Natal é você quando consegue levar alguém ao encontro do Senhor.
Você será os Reis Magos quando conseguir dar, de presente, o melhor de si, indistintamente a todos.
A música de Natal é você quando consegue também sua harmonia interior.
O presente de Natal é você quando consegue comportar-se como verdadeiro amigo e irmão de qualquer ser humano.
O cartão de Natal é você quando a bondade está escrita no gesto de amor, de suas mãos.
Você será os “votos de Feliz Natal” quando perdoar, restabelecendo de novo, a paz, mesmo a custo de seu próprio sacrifício.
A ceia de Natal é você quando sacia de pão e esperança, qualquer carente ao seu lado.
Você é a noite de Natal quando consciente, humilde, longe de ruídos e de grandes celebrações, em silêncio recebe o Salvador do Mundo.
Um muito Feliz Natal a todos que procuram assemelhar-se com esse Natal.
Papa Francisco
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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

A História do Primeiro Presépio

Trecho do filme "Clara e Francisco" - Direção: Fabrizio Costa.
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O povo chamejante desceu até à baixada e começou a subir, lentamente, pelas curvas de um caminho, até chegar à gruta. As rochas, iluminadas por aquelas luzes de chamas, davam uma impressão indescritível.
Tinham preparado, na entrada da gruta, um enorme presépio, com feno e palha. De um lado, em pé, um burrinho comia o tempo todo. Do outro lado, um boi não menos manso. Junto ao presépio, de pé, repleto de consolação e felicidade, o Pobre de Assis esperava o começo da liturgia.
Francisco aproximou-se do povo, colocando-se entre o presépio e os assistentes. Começou a falar. Parecia que ia cair em pranto. Repetia muitas vezes: Amor! Amor! Amor! Depois começou a repetir estas palavras soltas: Infância, Pobreza, Paz, Salvação. Às vezes, parecia a ponto de chorar.
Mas, aconteceu o inesperado. A ameaça de choro foi desaparecendo, pouco a pouco, e o Irmão ficou completamente sereno, insensível e ausente. Esquecendo o povo, começou a dirigir a palavra a “Alguém” que, supostamente, encontrava-se em cima do presépio, como se não existisse mais ninguém no mundo. Agia como uma mãe com seu bebê: sorria para ele, fazia-lhe gestos e usava expressões que as usam com seus filhinhos, no berço.
Pronunciava “Jesus”, “Menino de Belém” com uma cadência inefável. Era como se seus lábios se untassem de mel, e agia como quem saboreia o doce que ficou nos lábios. Repetia, muitas vezes, a palavra “Belém” como se fosse o balido de uma ovelha, no estábulo de Belém.
Inclinava-se para o presépio, como se fosse beijar alguém ou tomá-lo nos braços, como se fizesse as carícias que as mães fazem para com seus filhinhos.
João Velita garantiu ter visto, com os próprios olhos, o Menino Jesus adormecido. Ao sentir as carícias de Francisco, o Menino despertou e sorriu para o Irmão. Isso foi o que afirmou João Velita.
Foi uma noite inesquecível. Todos os habitantes de Grécio tiveram a impressão de que sua gruta tinha sido transformada numa nova Belém, e contavam milagres.
(Trecho do livro “O Irmão de Assis” de Inácio Larrañaga)
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segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Vinte Anos sem Tom

Faz vinte anos que, de forma meio repentina, partiu o Maestro soberano Antônio Carlos de Almeida Brasileiro Jobim ou, simplesmente, Tom Jobim. Recordo-me, ainda hoje, o susto com que recebi a notícia do seu falecimento por parada cardíaca em Nova Iorque e a tristeza que senti. 

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PASSARIM
Letra e Música de Tom Jobim
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“Quando uma árvore é cortada ela renasce em outro lugar. Quando eu morrer quero ir para esse lugar, onde as árvores vivem em paz.” 
( Tom Jobim)

“O meu Jardim Botânico não é muito o das palmeiras imperiais. É mais obscuro, da borda do mato, das sabiás, dos micos, do caxinguelê, da juriti e da... cuidado! Eventual jararaca... Os acarás de pinta azul e preta, parados na correnteza.” 
(Tom Jobim)
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Eu cá de baixo, no meu quarto exíguo ,
Tenho uma impressão estranha, mas feliz,
De que sou a raiz obscura e dolorosa 
de uma árvore pujante ,
De cujos ramos, cheios de orvalho e pranto,
Brincam dois passarinhos encantados,
Eriçam as penas festejando a vida.
Jorge Jobim
(Pai do Tom)
(trecho do poema Felicidade)
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