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Natal é o momento de voltar a ser
menino. Abandonar tudo aquilo que, em nós, não é próprio da infância: vingança,
mágoa, ressentimento, lembrança de coisas más, ambições desmedidas... Se tais
sentimentos existem numa criança é porque fizemos dela um adulto precoce.
Naquele Menino, Deus entrou em nossa
história pela porta dos fundos. Não como filho de César ou do faraó. Mas de um
carpinteiro e uma camponesa. Filho de uma família tão pobre que não encontrou
lugar em Belém. Teve de nascer como um sem-terra, no cocho, lá onde se guardam
animais. Quantas vezes Jesus não encontra lugar também no presépio do nosso
coração! Este impregna-se de vaidade, ódio, prepotência, sem que haja lugar
para o filho de Maria e José. O próprio Jesus adverte: "Felizes os que têm
espírito de pobre" (Mt 5, 3).
Frei Betto
(Trecho do texto “Receita de Natal”)
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