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segunda-feira, 27 de julho de 2009

Repensando a Vida

Por sentir-me “contemplando o passado com os olhos voltados para a eternidade”, é que partilho com os amigos o texto de Leonardo Boff, que traz uma reflexão profunda e pessoal sobre a vida e o envelhecer ao completar seus 70 anos.
Completo 70 anos. Pelas condições brasileiras, me torno oficialmente velho. Isso não significa que estou próximo da morte, porque esta pode ocorrer já no primeiro momento da vida. Mas é uma outra etapa da vida, a derradeira. Esta possui uma dimensão biológica, pois irrefreavelmente o capital vital se esgota, nos debilitamos, perdemos o vigor dos sentidos e nos despedimos lentamente de todas as coisas. De fato, ficamos mais esquecidos, quem sabe, impacientes e sensíveis a gestos de bondade que nos levam facilmente às lágrimas.
Mas há um outro lado, mais instigante. A velhice é a última etapa do crescimento humano. Nós nascemos inteiros. Mas nunca estamos prontos. Temos que completar nosso nascimento ao construir a existência, ao abrir caminhos, ao superar dificuldades e ao moldar o nosso destino. Estamos sempre em gênese. Começamos a nascer, vamos nascendo em prestações ao longo da vida até acabar de nascer. Então entramos no silêncio. E morremos.
A velhice é a última chance que a vida nos oferece para acabar de crescer, madurar e finalmente terminar de nascer. Neste contexto, é iluminadora a palavra de São Paulo: "na medida em que definha o homem exterior, nesta mesma medida rejuvenesce o homem interior" (2Cor 4,16). A velhice é uma exigência do homem interior. Que é o homem interior? É o nosso eu profundo, o nosso modo singular de ser e de agir, a nossa marca registrada, a nossa identidade mais radical. Esta identidade devemos encará-la face a face.
Ela é pessoalíssima e se esconde atrás de muitas máscaras que a vida nos impõe. Pois a vida é um teatro no qual desempenhamos muitos papéis. (...) Mas há um momento em que tudo isso é relativizado e vira pura palha. Então deixamos o palco, tiramos as máscaras e nos perguntamos: Afinal, quem sou eu? Que sonhos me movem? Que anjos que habitam? Que demônios me atormentam? Qual é o meu lugar no desígnio do Mistério? Na medida em que tentamos, com temor e tremor, responder a estas indagações vem à lume o homem interior. A resposta nunca é conclusiva; perde-se para dentro do Inefável.
Este é o desafio para a etapa da velhice. Então nos damos conta de que precisaríamos muitos anos de velhice para encontrar a palavra essencial que nos defina. Surpresos, descobrimos que não vivemos porque simplesmente não morremos, mas vivemos para pensar, meditar, rasgar novos horizontes e criar sentidos de vida. Especialmente para tentar fazer uma síntese final, integrando as sombras, realimentando os sonhos que nos sustentaram por toda uma vida, reconciliando-nos com os fracassos e buscando sabedoria. É ilusão pensar que esta vem com a velhice. Ela vem do espírito com o qual vivenciamos a velhice como a etapa final do crescimento e de nosso verdadeiro Natal.
Por fim, importa preparar o grande Encontro. A vida não é estruturada para terminar na morte, mas para se transfigurar através da morte. Morremos para viver mais e melhor, para mergulhar na eternidade e encontrar a Última Realidade, feita de amor e de misericórdia. Aí saberemos finalmente quem somos e qual é o nosso verdadeiro nome.
Nutro o mesmo sentimento que o sábio do Antigo Testamento: "contemplo os dias passados e tenho os olhos voltados para a eternidade".
Leonardo Boff
*****
(Imagem - desconheço autor)

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Poema de Amigo Aprendiz

Quero ser o teu amigo.
Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.

Mas amar-te, sem medida,
e ficar na tua vida
da maneira mais discreta que eu souber.

Sem tirar-te a liberdade.
Sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar quando for hora de calar,
e sem calar, quando for hora de falar.

Nem ausente nem presente por demais,
simplesmente, calmamente, ser-te paz...

É bonito ser amigo.
Mas, confesso,
é tão difícil aprender!
E por isso
eu te suplico paciência.

Vou encher este teu rosto
de lembranças!
Dá-me tempo
de acertar nossas distâncias!


Pe Zezinho
*****
Uma forma singela de homenagear e agradecer a todos vocês no Dia do AMIGO.
*****
OBS.: Há quem dica que o poema acima seja de Fernando Pessoa, ou mesmo de autor desconhecido, mas a fonte de onde o transcrevi diz ser de Pe Zezinho. É um pequeno livreto publicado pelas Edições Paulinas, com alguns textos sobre amizade.
(Imagem - desconheço autor)

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Anjo de Quatro Patas

Existem pessoas que não gostam de cães.
Estas, com certeza, nunca tiveram em sua vida um amigo de quatro patas.
Ou, se tiveram, nunca olharam dentro daqueles olhos para perceber quem estava ali.
Um cão é um anjo que vem ao mundo ensinar amor.
Quem mais pode dar amor incondicional,
Amizade sem pedir nada em troca,
Afeição sem esperar retorno,
Proteção sem ganhar nada,
Fidelidade 24h por dia?
Ah, não me venham com essa de que os pais fazem isso,
Porque os pais são humanos.
Se irritam, se afastam.
Um cão não se afasta mesmo quando você o agride,
Ele retorna cabisbaixo, pedindo desculpas por algo que talvez não fez.
Lambendo suas mãos a suplicar perdão.
Alguns anjos não possuem asas,
Possuem quatro patas,
Um corpo peludo,
Nariz de bolinha,
Orelhas de atenção,
Olhar de aflição e carência.
Apesar dessa aparência,
São tão anjos quanto os outros (aqueles com asas)
E se dedicam aos seus humanos tanto quanto qualquer anjo costuma dedicar-se.
Que bom seria se todos os humanos pudessem ver a humanidade perfeita de um cão!
(Desconheço autor)
*****
Recentemente terminei de ler o livro “Anjo de Quatro Patas” de Walcyr Carrasco, que me foi presenteado por alguém especial. Nele o autor conta sua história ao lado de Uno, um Husky Siberiano, uma raça de cão que lembra em muito o lobo, inclusive no uivo. É uma história verídica, cheia de aventuras e encantadora, onde podemos rir e chorar com o escritor e, para os que conhecem e tiveram a grande felicidade de já ter tido um desses amigos especiais de quatro patas, poderá se identificar em muitos momentos durante a leitura. Abaixo pequeno trecho do livro:

Só chora quem realmente amou, e sem amor a vida é apenas uma passagem desolada. Meu cachorro, meu Uno, me acompanhou durante o tempo mais difícil da minha vida. Sua presença impediu que o deserto tomasse conta de mim, que me tornasse um ser estéril. Seus uivos, suas lambidas, suas corridas, caçadas, ternuras, tudo que desfrutamos juntos me manteve vivo.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Dia de Gratidão

A gratidão é a virtude das almas nobres. (Esopo)
Procuremos, pois, todos nós, transformar a gratidão sentida em gratidão manifesta. (...) Todos vivemos espiritualmente daquilo que os nossos semelhantes nos deram em horas decisivas da nossa vida. Essas horas não se anunciam, mas sobrevivem inesperadamente. Tampouco se apresentam com alarde, mas com singeleza. Não raro sua importância só vai acudir-nos um dia, em forma de recordação, tal como a beleza de uma música ou de uma paisagem só se nos torna consciente através da lembrança.
Quantas parcelas de mansidão, de bondade, de força para perdoar, de sinceridade, lealdade e resignação no sofrimento que conseguimos assimilar devemo-las a homens que nos deram exemplos nesse sentido, em circunstâncias ora graves, ora corriqueiras. Como se fossem produzidas pela luz de um clarão, seus atos iluminaram e inflamaram-nos subitamente a alma.
Não acredito que se possam inocular idéias em alguém se estas já não existem nele virtualmente. Em geral, todos os bons sentimentos e pensamentos já se encontram ocultos no homem, como matéria inflamável. Esses inflamáveis, porém, ou parte deles, só se transformam realmente em chamas quando uma fagulha de fora, propagada por outrem, estabelece o contato. Não raro acontece também que a nossa luz, prestes a apagar-se, é reavivada por algum ato do próximo.
Por isso, todos devemos lembrar-nos com profunda gratidão daqueles que atearam essas chamas em nós. Tivéssemos presentes, à nossa frente, aqueles que foram nossos benfeitores, e pudéssemos mostrar-lhes quanto influíram sobre nós, certamente se espantariam com aquilo que, de sua vida, passou a fazer parte da nossa.
Albert Schweitzer
*****
Porque hoje é dia de agradecer, dia de recordar a santa missão de uma alma pura e bela que é Francisco Cândido Xavier, pois completam-se 82 anos do início do seu Mandato de Amor. Também hoje preciso agradecer, agradecer a Deus a grande bênção em minha vida que é minha mãezinha, por ela está completando mais um ano de vida, de uma vida de luta e amor, de exemplo de ser MÃE.
*****
(Imagem - desconheço autor)

domingo, 5 de julho de 2009

Silêncio Necessário

Há momentos infelizes em que a solidão e o silêncio se tornam meios de liberdade.
Paul Valéry
*****
Se você não consegue entender o meu silêncio de nada irá adiantar as palavras, pois é no silêncio das minhas palavras que estão todos os meus maiores sentimentos.
Oscar Wilde
Palavra errada, na hora errada, pode se transformar em ferida naquele que disse, e também naquele que ouviu. Em muitos momentos da vida o silêncio é a resposta mais sábia que podemos dar a alguém.
Pe Fábio de Melo
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O silêncio generoso
De desculpa de um momento
Pode evitar muitos anos
De conflito e sofrimento.
Casimiro Cunha
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Da árvore do silêncio pende seu fruto, a paz.
Arthur Schopenhauer
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(Imagem – desconheço autor)

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Sobre a Vida

Não basta a certeza de que a VIDA continua infinita, além da morte. É necessário clarear o caminho.
Emmanuel

O que vale na VIDA não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher.
Cora coralina
***
Não vale a existência, pelo simples viver. Vale a VIDA pelo aperfeiçoamento, pela amplitude, pela ascensão.
Santo Agostinho
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A VIDA é câmbio divino do amor, em que nos alimentamos, uns aos outros, na ternura e na dedicação.
Agar
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(Imagem - desconheço autor)
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