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quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

No Novo Ano, uma Oração para os Amigos


Oração Celta
Que jamais, em tempo algum, o teu coração acalante ódio.
Que o canto da maturidade jamais asfixie a tua criança interior.
Que o teu sorriso seja sempre verdadeiro.
Que as perdas do teu caminho sejam sempre encaradas como lições de vida.
Que a música seja tua companheira de momentos secretos contigo mesmo.
Que os teus momentos de amor contenham a magia de tua alma eterna em cada beijo.
Que os teus olhos sejam dois sóis olhando a luz da vida em cada amanhecer.
Que cada dia seja um novo recomeço, onde tua alma dance na luz.
Que em cada passo teu fiquem marcas luminosas de tua passagem em cada coração.
Que em cada amigo o teu coração faça festa, que celebre o canto da amizade profunda que liga as almas afins.
Que em teus momentos de solidão e cansaço, esteja sempre presente em teu coração a lembrança de que tudo passa e se transforma, quando a alma é grande e generosa.
Que o teu coração voe contente nas asas da espiritualidade consciente, para que tu percebas a ternura invisível, tocando o centro do teu ser eterno.
Que um suave acalanto te acompanhe, na terra ou no espaço, e por onde quer que o imanente invisível leve o teu viver.
Que o teu coração sinta a presença secreta do inefável!
Que os teus pensamentos e os teus amores, o teu viver e a tua passagem pela vida, sejam sempre abençoados por aquele amor que ama sem nome.
Aquele amor que não se explica, só se sente.
Que esse amor seja o teu acalanto secreto, viajando eternamente no centro do teu ser.
Que este amor transforme os teus dramas em luz, a tua tristeza em celebração e os teus passos cansados em alegres passos de dança renovadora.
Que jamais, em tempo algum, tu esqueças da Presença que está em ti e em todos os seres.
Que o teu viver seja pleno de Paz e Luz!
Tradução de Wagner Borges
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(Imagem - Pintura digital de Hélio Arlota)

domingo, 28 de dezembro de 2008

Por um 2009 Feliz e de Esperança

"Sempre que pensamos em mudar queremos tudo o mais rápido possível. Não tenha pressa, pois as pequenas mudanças são as que mais importam. Por isso, não tenha medo de mudar lentamente, tenha medo de ficar parado."

Provérbio Chinês

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Noite Santa

E subiu José da Galiléia, da cidade de Nazaré, à cidade de Davi, chamada Belém, a fim de alistar-se com Maria, sua mulher, que estava grávida.
E aconteceu que, estando eles ali, se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz.
E deu à luz a seu filho primogênito, e envolveu-o em panos, e deitou-o numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na estalagem. (Lc. 2:4-7)
Deus chegará esta noite, meus irmãos. Deus chegará à meia-noite e responderá a todas as expectativas. Deus virá montado em um humilde burrinho, virá no seio de uma Mãe Pura. Deus virá esta noite e trará presentes. Trará uma caixinha de ouro cheinha de humildade e de misericórdia. A ternura virá pendurada em seu braço. Deus virá esta noite.
Deus virá esta noite e amanhã vai raiar o grande dia. Deus virá esta noite e a casa vai encher-se de perfume de violetas e papoulas.
Deus virá esta noite, e ferirá com um raio de luz as escuridões e mostrará seu rosto para todas as pessoas. O Senhor sairá do Oriente e, avançando sobre as águas libertadoras, chegará até nós, na mesma noite, e não haverá mais correntes.
Deus virá esta noite, arrancará as raízes do egoísmo e as sepultará nas profundidades do mar. Deus virá esta noite e nos indicará os caminhos, e nós avançaremos por suas sendas. O Senhor está para chegar com resplendor e poder. Virá com a bandeira da Paz e nos infundirá Vida Eterna.
São Francisco de Assis
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(Imagem – desconheço autor)

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Ele - O Primeiro Amor

Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre; para que pela sua pobreza enriquecêsseis. (II Cor 8: 9)
Ele, Criança de peito,
para que tu possas ser
uma pessoa perfeita;
Ele, envolto em palhas,
para que tu te tornes
livre do laço da morte;
Ele, no presépio,
para que tu possas
estar perto do Altar;
Ele, na terra,
para que tu possas
viver nas estrelas.
Ele, um Escravo,
para que nós sejamos
filhos de Deus.
Que incrível valor
deve ter nossa vida
para que Ele venha
vivê-la de tal maneira!
Mas que incrível Amor
para querer fazê-lo!
Hoje, perto da gruta de Belém,
não é dia de dizer:
“Deus meu, eu Te quero.”
É o dia de assombrar-se dizendo:
“Deus meu, como me queres Tu!”
Santo Ambrósio
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(Imagem gentilmente cedida pelo blog “In Aeternum Amor Dei!”)

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Os Animais ante o Natal

Não fossem os anfitriões da estrebaria e talvez a Boa Nova tivesse seu aparecimento adiado... Não será isso motivo para que os animais na Terra sejam poupados ao extermínio, pelo menos no dia de Natal? (Irmão X)
Oh! O Natal! Oh! O Natal! Essa é a festa das festas, dia de alegria e de regozijo porque um Menino muito amado e muito santo nos foi dado, nasceu por nós, no caminho, e foi posto em um presépio, pois não havia lugar para ele na hospedaria.
Irmão João Vellita, se eu me encontrasse com o Imperador, ajoelhar-me-ia a seus pés e lhe suplicaria que fizesse um edito imperial, mandando que todos os seus súditos semeassem trigo pelos caminhos do império, no dia de Natal, para que os passarinhos, e principalmente as cotovias, tivessem um régio banquete.
E mais, irmão João, nesse dia bendito, os próprios asnos e bois deveriam receber uma ração dupla de cevada, para lembrar o asno e o boi que, com seu hálito, mitigaram o frio de Jesus, naquela noite.
São Francisco de Assis
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Na celebração do Natal, diminui quanto possível a matança dos animais – nossos companheiros na romagem evolutiva. Não olvidemos que o Senhor encontrou junto deles o seu primeiro lar, na insegurança da estrebaria.
Emmanuel
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(Imagem - desconheço autor)

sábado, 13 de dezembro de 2008

Rimas de Natal

Natal! – enquanto enfarpelas
Teu salão aurifulgente,
Desfilam, junto às janelas,
As dores de muita gente.

Natal!... Um pobre foi visto,
Passando sob pedradas.
Soube, depois que era o Cristo
Batendo a portas fechadas.

Natal! Quem foge ao preceito
De repartir o seu pão
Carrega um calhau no peito,
Em forma de coração.

O Natal em toda idade
É sempre nova alegria,
Mas nos dons da caridade,
O Natal é todo dia.

Natal!... Festeja esquecendo
Quaisquer preconceitos vãos...
Natal é Jesus dizendo
Que todos somos irmãos.

Leôncio Correia
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(Imagem - desconheço autor)

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Silenciar o Coração

E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós... (Jo 1: 14)

Quando um profundo silêncio tudo envolvia
e a noite chegava a meio de seu curso,
do alto do céu,
a vossa palavra onipotente,
deixando o vosso real trono,
lançou-se...
(Sab 18: 14-15)

*****

O Silêncio é o ambiente natural para que a Palavra desça sobre a terra. (Pronzato)

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É um silêncio de respeito, em que se cala diante do mistério que lhe é revelado. (...) Aquele que no silêncio está aberto para a palavra de Deus, este também escuta a palavra do irmão, este também é capaz de ver no próximo a presença de Deus. (Anselm Grün)

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É preciso, antes de buscar o silêncio em torno, silenciarmos o coração, aquietarmos os anseios, desejos e sonhos pessoais, para que Ele possa encontrar lugar. Só no completo SILÊNCIO conseguiremos senti-Lo.

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(Imagem – desconheço autor)

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Porque é Dezembro...

No princípio era o Verbo... (Jo 1:1)
Com o nascimento de Jesus, há como que uma comunhão direta do Céu com a Terra. Estranhas e admiráveis revelações perfumam as almas e o Enviado oferece aos seres humanos toda a grandeza do seu amor, da sua sabedoria e da sua misericórdia.
Aos corações abre-se nova torrente de esperança e a Humanidade, na Manjedoura, no Tabor e no Calvário, sente as manifestações da vida celeste, sublime em sua gloriosa espiritualidade.
Com o tesouro dos seus exemplos e das suas palavras, deixa o Mestre entre os homens a sua Boa-Nova. O Evangelho do Cristo é o transunto de todas as filosofias que procuram aprimorar o espírito, norteando-lhe a vida e as aspirações.
Jesus foi a manifestação do amor de Deus, a personificação de sua bondade infinita.
Emmanuel
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(Fotomontagem - Paróquia Santa Catarina)

sábado, 29 de novembro de 2008

O Homem Espiritual


Quem deserta das coisas materiais mostra boa vontade, mas não prova verdadeira compreensão. Por que foge? Por que deserta? Porque se sente fraco e receia cair; mas o temor é escravizante. Plenamente liberto e livre é somente o homem que, depois de se consolidar definitivamente no mundo espiritual, volta ao mundo material sem se materializar; o seu reino não é daqui, mas ele ainda trabalha aqui, como se fosse o mais profano dos profanos. Somente um homem plenamente espiritual pode admitir aparências de materialidade sem desmentir a sua espiritualidade. De um homem que nada espera do mundo, tudo pode o mundo esperar.
Mahatma Gandhi
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(Fotomontagem - www.fael.com.br)

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Despedida de Dolly

Cantiga para DOLLY adormecer...
(Uma terna homenagem ainda em vida)


Docemente,
Dolly,
dorme...

Dolly,
dorme
docemente...

Fecha os olhos
para vida...
Dorme e sonha
distraída...


Dolly ,dorme...
Dorme,Dolly...
Dorme doce,
docemente...

Rose

*****

A Cachorrinha

Mas que amor de cachorrinha!
Mas que amor de Cachorrinha!

Pode haver coisa no mundo
Mais branca, mais bonitinha
Do que a tua barriguinha
Crivada de mamiquinha?
Pode haver coisa no mundo
Mais travessa, mais tontinha
Que esse amor de cachorrinha
Quando vem fazer festinha
Remexendo a traseirinha?

Uau, uau, uau, uau!
Uau, uau, uau, uau!

Vinícius de Moraes

*****

Nesta quarta-feira, 19 de setembro, Dolly partiu deixando o vazio da saudade nos corações, após 11 anos de muitas travessuras, lambidas de ternura e olhares de doçura. Que o querido “Poverello” a receba em seus braços santos.

sábado, 15 de novembro de 2008

Vem e Ajuda

Repara, além das rosas do teu horto,
Onde a luz do teu sonho brilha e mora,
Os romeiros que seguem, vida a fora,
Padecendo aflição e desconforto.

Infortunados náufragos sem porto,
Tristes, rogando a paz de nova aurora,
Levam consigo a dor que clama e chora,
Sob as chagas do peito quase morto...

Não te detenhas!... Vem, socorre e ajuda
A multidão que passa, inquieta e muda,
Implorando-te amor, consolo e abrigo!

Reparte o pão que te enriquece a mesa,
Estendendo o teu horto de beleza,
E o Mestre Amado habitará contigo.

Auta de Souza
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(Imagem - desconheço autor)

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Da Solidão

Há muitas pessoas que sofrem do mal da solidão.
Basta que em redor delas se arme o silêncio,
que não se manifeste aos seus olhos
nenhuma presença humana,
para que delas se apodere imensa angústia:
como se o peso do céu
desabasse sobre a sua cabeça,
como se em todos horizontes
se levantasse o anúncio do fim do mundo.
No entanto, haverá na Terra verdadeira solidão?
Não estamos todos
cercados por inúmeros objetos,
por infinitas formas da Natureza
e o nosso mundo particular
não está cheio de lembranças,
de sonhos, de raciocínios,
de idéias que impedem uma total solidão?
Tudo é vivo e tudo fala em redor de nós,
embora com vida e voz que não são humanas,
que podemos aprender e escutar,
porque muitas vezes
essa linguagem secreta
ajuda a esclarecer o nosso próprio mistério.
Cecília Meireles
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(Imagem - desconheço autor)

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Navegue

As lágrimas? Não as seque, elas precisam correr na minha, na sua, em todas as faces.
O Sorriso! Esse você deve segurar, não o deixe ir embora, agarre-o!
Quem você ama? Guarde dentro de um porta-jóias, tranque, perca a chave!
Quem você ama é a maior jóia que você possui, a mais valiosa.
Não importa se a estação do ano muda, se o século vira e se o milênio é outro, se a idade aumenta; conserve a vontade de viver, pois não se chega à parte alguma sem ela.
Silvana Duboc
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(Imagem - desconheço autor)

domingo, 2 de novembro de 2008

Um Dia de Saudades

“A morte é a vida mal interpretada...”
Clóvis Tavares
A Lágrima

Nascida na ternura ou na tristeza,
Límpida gota dos orvalhos d’alma,
Tu, lágrima saudosa, muda e calma
Que força enorme tens nessa fraqueza?

Possuis mais que o poder da realeza,
Quando és filha da dor que o pranto acalma,
E qual gota de orvalho em verde palma,
À pálpebra chorosa ficas presa!

Estrela de saudade, flor de neve,
Que o vento da tristeza faz brotar,
Amo o teu brilho nessa luz tão breve,

Do breve globo teu... imenso mar
Cujos fundos arcanos não se atreve
Nem se atreveu ninguém jamais sondar!

Carmen Freire
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Louvado sejas, meu Senhor,
por nossa irmã, a morte corporal,
da qual ninguém pode escapar.
Ai daqueles que morrem em pecado mortal!
Felizes os que estão na tua santíssima vontade,
que a morte segunda não lhes fará mal.
São Francisco de Assis
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Por esse dia de saudades, de lembranças afetivas e gratidões que o tempo e a distância não apagam e nem diminuem.

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Viver

Viver é refletir
no que foi bom ou ruim,
mas passou:
Para sonhar de novo
com o que pode ser bonito
e mais forte,
porque bem enraigado
num solo que conheça
limites e escoamentos.
Viver é arriscar
Passos Novos,
onde haja a luz
do entendimento,
da paciência,
da consideração,
da ajuda,
do auto-respeito!
Viver é acreditar
na poesia e realidade
da ternura,
na energia de um sorriso calmo,
no poder da reconstrução
perene,
de cada dia.
Viver é até tremular
como lágrima que brilha,
porque vem do coração
que aprendeu
a suportar o inevitável,
sem jamais desistir.

Antonieta de Castro Sá
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(Foto - desconheço autor)

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

73 Anos Distribuindo Bênçãos

ESCOLA JESUS CRISTO
27/10/1935 - 27/10/2008
TEMPLO
Escola amiga que encerras
Um templo de luz divina,
Teus ofícios de doutrina
São hinos de amor e luz!
As tuas preces são bênçãos,
Teu breviário – é a bondade,
Teu altar – a Humanidade,
Teu sacerdote – é Jesus!
Casimiro de Abreu
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ÁRVORE
Árvore santa a crescer
Num vigor todo imprevisto,
Produzindo vida eterna, -
Eis a Escola Jesus Cristo.
Cornélio Bastos
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(Fotos - Fachada da Escola Jesus Cristo nas décadas de 40 e 80, respectivamente)

domingo, 26 de outubro de 2008

Espera em Deus

Quando qualquer sofrimento te abale os recessos da própria alma, entrega-te à fé, refugia-te em Deus, pensa em Deus, confia em Deus e espera por Deus, porque, acima de todas as tempestades e quedas, tribulações e desenganos, Deus te sustentará.
Emmanuel
*****
(Imagem - desconheço autor)

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Voz Que Se Cala

Amo as pedras, os astros e o luar
Que beija as ervas do atalho escuro,
Amo as águas de anil e o doce olhar
Dos animais, divinamente puro.

Amo a hera que entende a voz do muro,
E dos sapos, o brando tilintar
De cristais que se afagam devagar,
E da minha charneca o rosto duro.

Amo todos os sonhos que se calam
De corações que sentem e não falam,
Tudo o que é Infinito e pequenino!
Asa que nos protege a todos nós!
Soluço imenso, eterno, que é a voz
Do nosso grande e mísero Destino!…
Florbela Espanca
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(Imagem - desconheço autor)

domingo, 19 de outubro de 2008

Um Homem de Oração

O verdadeiro amor não busca a si, sim ao que ama.
São Pedro de Alcântara
Se quiseres alijar de tua alma as moscas importunas dos vãos pensamentos, seja homem de oração.
Se quiseres sofrer com paciência as adversidades e misérias desta vida, seja homem de oração.
Se quiseres alcançar virtude e fortaleza para vencer as tentações, seja homem de oração.
Se quiseres sobrepujar tua própria vontade com todas as suas aflições e apetites, seja homem de oração.
Se quiseres conhecer as astúcias do mal e defender-te de seus enganos, seja homem de oração.
Se quiseres viver alegremente e caminhar com suavidade pelo caminho da penitência e do trabalho, seja homem de oração.
São Pedro de Alcântara
*****
Um pouco sobre ele:
Menino simples, de oração e de bom comportamento, estudou na universidade ainda novo, mas soube, igualmente, destacar-se no cultivo das virtudes cristãs, até que, obediente ao Mestre, o casto e caridoso jovem entrou para a Ordem de São Francisco, embora seu pai quisesse para ele, o Direito. Pedro foi ordenado sacerdote e tornou-se modelo de perfeição monástica e ocupante de altos cargos, o qual administrou até chegar, com vinte anos, a superior do convento e mais tarde, eleito provincial da Ordem. Franciscano de espírito e convicção, era sempre de oração e jejum, poucas horas de sono, hábito surrado, grande pregador e companheiro das viagens. Como provincial, visitou todos os conventos da sua jurisdição, promovendo uma reforma de acordo com a regra primeira de São Francisco, da qual era testemunho vivo. Conhecido, sem desejar, em toda a Europa, foi conselheiro do imperador Carlos V e do rei João III, além de amigo dos santos e diretor espiritual de Santa Teresa D'Avila; esta, sobre ele, atestou depois da morte do santo: "Pedro viveu e morreu como um santo e, por sua intercessão, conseguiu muitas graças de Deus".
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(Foto – vitral lateral da Catedral de São Pedro de Alcântara de Petrópolis-RJ, tirada por Rogério Maciel)

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Uma História de Flores


“Um é o que semeia, e outro o que ceifa. Eu vos enviei a ceifar onde vós não trabalhastes; outros trabalharam, e vós entrastes em seu trabalho.”
(Jo 4: 37-38)
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Imagem
Rui Gouveia
(1000imagens.com)
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Um homem trabalhava em uma fábrica distante cinqüenta minutos de ônibus da sua casa. No ponto seguinte entrava uma senhora idosa que sempre sentava-se junto à janela. Ela abria a bolsa, tirava um pacotinho e passava a viagem toda jogando alguma coisa para fora. A cena sempre se repetia e um dia, curioso, o homem lhe perguntou o que jogava pela janela.
- Jogo sementes, respondeu ela.
- Sementes? Sementes de que?
- De flores. É que eu olho para fora e a estrada é tão vazia... Gostaria de poder viajar vendo flores coloridas por todo o caminho. Imagine como seria bom!
- Mas as sementes caem no asfalto, são esmagadas pelos pneus dos carros, devoradas pelos passarinhos... A senhora acha mesmo que estas sementes vão germinar na beira da estrada?
- Acho, meu filho. Mesmo que muitas se percam, algumas acabam caindo na terra e com o tempo vão brotar.
- Mesmo assim... Demoram para crescer, precisam de água...
- Ah, eu faço a minha parte. Sempre há dias de chuva. E se alguém jogar as sementes, as flores nascerão.
Dizendo isso, virou-se para a janela aberta e recomeçou seu trabalho. O homem desceu logo adiante, achando que a senhora já estava senil.
Algum tempo depois, um dia, no mesmo ônibus, o homem ao olhar para fora percebeu flores na beira da estrada... Muitas flores... A paisagem colorida, perfumada e linda! Lembrou-se então daquela senhora. Procurou-a em vão. Perguntou ao cobrador, que conhecia todos os usuários no percurso.
- A velhinha das sementes? Pois é... Morreu há quase um mês.
O homem voltou para o seu lugar e continuou olhando a paisagem florida pela janela. "Quem diria, as flores brotaram mesmo", pensou! "Mas de que adiantou o trabalho dela? Morreu e não pode ver esta beleza toda".
Nesse instante, ouviu risos de criança. No banco à frente, uma garotinha apontava pela janela, entusiasmada:
- Olha, que lindo! Quantas flores pela estrada... Como se chamam aquelas flores?
Então, entendeu o que aquela senhora havia feito. Mesmo não estando ali para ver,fez a sua parte, deixou a sua marca, a beleza para a contemplação e a felicidade das pessoas.
No dia seguinte, o homem entrou no ônibus, sentou-se junto à janela e tirou um pacotinho de sementes do bolso... E assim, deu continuidade à vida, semeando o amor, a amizade, o entusiasmo e a alegria. O futuro depende das nossas ações no presente. "E se semeamos boas sementes, os frutos serão igualmente bons." Vamos semear nossas sementes agora!
(Autor Desconhecido)
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Hoje está sendo um dia de lembranças e agradecimentos. Sinto as flores no caminho, flores plantadas por mãos que não se encontram mais perto, por mãos que até mesmo não pude tocar, mas que deixaram saudades. Percebo o cuidado, o sacrifício e o amor com que foram cultivadas, para que pudéssemos não só apreciá-las, mas colhê-las no coração e sentir a beleza e o perfume de que são mensageiras. Pois a essência delas é divina e buscam nos guiar pelo caminho da Verdade. Já é tempo e necessário se faz continuar a semeá-las e cultivá-los com dedicação, para que outros corações possam colhê-las.
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quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Deus Basta


“Nada te perturbe, nada te espante, tudo passa, só Deus não muda. A paciência tudo alcança, quem tem a Deus, nada lhe falta, só Deus Basta.”
Santa Teresa D’Ávila
*****
(Imagem – desconheço autor)

domingo, 12 de outubro de 2008

Homenagem a Maria

Senhora da Amargura

Mãe das Dores, Senhora da Amargura,
Eu vos contemplo o peito lacerado
Pelas mágoas do filho muito amado,
Nas estradas da vida ingrata e dura.

Existe em vosso olhar tanta ternura,
Tanto afeto e amor divinizado,
Que do vosso semblante torturado
Irradia-se a luz formosa e pura;

Luz que ilumina a senda mais trevosa,
Excelsa luz, sublime e esplendorosa
Que clareia e conduz, ampara e guia.

Senhora, vossas lágrimas tão belas
Assemelham-se a fúlgidas estrelas:
Gotas de luz nas trevas da agonia.
Auta de Souza
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(Imagem - desconheço autor)

Pelo Dia da Criança

“Deixai vir a mim as criançinhas, e não as impeçais, porque delas é o reino de Deus.” (Lc 18:16)
A criança é uma lúcida promessa,
Convidando-te ao templo do amor puro.
De todo berço a vida recomeça
Procurando a vitória do futuro.
Cruz e Souza
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O coração da criança
É como um livro de luz.
Cultiva essa flor sagrada
Para o jardim de Jesus.
Casimiro Cunha
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(Imagem - desconheço autor)

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Uma Pausa para Crisalidar

(...) Tenho vivenciado este período como se fosse me tornar borboleta. Só que antes de ser borboleta, é preciso ser larva, com toda a feiúra que lhe cabe. Sempre me encantei com a beleza das borboletas, especialmente depois de conhecer o processo pelo qual elas passam até que estejam maduras o bastante para romperem a crisálida e se mostrarem tão estonteantemente belas.
Durante a fase de crisálida, a lagarta é transformada em borboleta. Dentro das crisálidas ocorre o seu processo de crescimento. Esta rápida e brusca mudança é chamada de metamorfose. Quando a transformação está completa, a crisálida se rompe e a borboleta sai de seu interior. Quando suas asas ficam esticadas e secas, ela está pronta para voar.
Enquanto larva, busco uma nova lucidez, um novo degrau dentro do coração; e a beleza e prontidão para vôo, no meu caso, têm a ver com a conquista desta clareza interior, que me revelará uma nova pessoa...

Rosana Braga
*****
(Imagem - Harry Van Der Veen)

sábado, 4 de outubro de 2008

Ao "Poverello" Amado

(Imagem - de São Francisco da artista plástica Rose Antonelli)
Poema para São Francisco de Assis
Em anuência à simplicidade,
Francesco despe as vestes do poder,
as personas da nobreza,
troca o relativo pelo absoluto
e sai
pelo mundo a colecionar belezas:
as águas que lhe mitigam a sede,
o sol
que a pele lhe aquece,
a lua
que o veste de luz
as aves
cuja siringe o encanta
as árvores
em cuja sombra
descansa
qual cordeiro do Senhor...
Francesco enlouquece
de Amor !
Fala com as criaturas
chamadas irracionais,
não se abriga aos temporais,
divide todo alimento...

Prefere
ser ferido a ferir,
nem com a palavra mais leve,
ele fere
a doçura é o seu agir...

Não se toca
se não é compreendido:
o que importa é compreender...

Francisco, para quem a porta
de sua casa se fechou,
envergonhou a família
ao se apaixonar pela singeleza,
tão pouquinho sendo manto,
a mera manhã tendo tanto
brilho em seu canto
quando canta o amigo sol,
da irmã lua, o encanto...

Desamado,
não se põe envergonhado
perante o Absoluto,
que o enriquece de Graça...
O importante é amar...
E ama, apaixonado
pelo vôo da borboleta,
pelo teatro das nuvens,
pelas cores das folhas,
das flores...

Ama e ora, sem necessidade de Missa,
sem nenhum rito da Igreja...
E Francisco ama Clarissa
sem desejo carnal...
Ela
o segue no ideal,
de servir,
antes de servidos serem...

Ela o compreende, isso é tudo...
"Oh Pai, reza ele,
fazei que eu possa mais
compreender que ser compreendido
"...

Ele se dá, na gloriosa alegria
da loucura santa...
"É doando que se recebe"...
E aos olhos do povo, em louco se faz,
de si mesmo, se refaz:
"Senhor, fazei de mim
um instrumento de Tua Paz
"...

"Onde ódio houver,
que o amor eu leve
",
leve folha a voar pelas estradas,
poentas e solitárias,
a falar de amorosidade,
em cada cidade,
a cada pessoa
ensina, determina,
que é preciso ser sempre boa,
a cada instante, de fato...

Em havendo dúvidas,
pedia o louquinho de Deus,
que eu leve aos filhos teus,
a fé
...

Se as pessoas se ofendem,
mostrar-lhes-ei as batidas do próprio coração,
para que escutem a voz do perdão
...

Se estiverem desunidos,
e a discórdia ocorrer em aluvião
que eu saiba como
"levar a união"...

Aos que choram, sofrem
e estão desconsolados,
que eu saiba as palavras exatas,
pois quero
"mais
consolar que ser consolado
"...
E assim Francisco se ofereceu
sendo até hoje lembrado...
Muito amou,
mas até hoje, também
é um santo amado, venerado
em imagens de barro,
do barro que ele pisava,
descalço em seus caminhares...
Clevane Pessoa de Araújo Lopes
*****
8º Século da Missão de São Francisco
Em 1208 São Francisco trabalha na reparação de São Damião, São Pedro e Santa Maria dos Anjos ou Porciúncula, ouve o evangelho da missa de São Matias (na Porciúncula) sobre a missão apostólica, muda as vestes de eremita e passa a usar as de pregador ambulante, descalço e inicia a pregação apostólica. Aqui propriamente começa o estilo de vida franciscana, apostólica. Ainda neste ano recebe em sua companhia os irmãos Bernardo de Quintavalle, Pedro Cattani e Egídio na Porciúncula.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Homenageando Kardec

Hippolyte Léon Denizard Rivail, mas conhecido por Allan Kardec, nasceu em Lyon, França, em 3 de outubro de 1804. Homem de ciência e de inteligência sem igual, responsável pela codificação do Espiritismo, religião cristã baseada na fé raciocinada e na caridade; por isso, Kardec tinha como máximas: "Fé verdadeira é aquela que pode encarar a razão face a face, em todas as épocas da humanidade” e “Fora da caridade não há salvação”. Camille Flammarion o definia como sendo “O bom senso encarnado”.
" Naître, vivre, mourir, renaître encore et progresser sans cesse, telle est la loi.”
Traduzindo: “Nascer, viver, morrer, renascer ainda e progredir continuamente, esta é a lei”
*****
(Inmagem - desconheço autor)

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Recordando Gandhi

Mohandas Karamchand Gandhi, mais conhecido como "Mahatma" (do sânscrito “a grande alma”) Gandhi, nasceu no dia 2 de outubro de 1869 na Índia ocidental. Foi um dos idealizadores e fundadores do moderno estado indiano e um influente defensor do Satyagraha (princípio da não-agressão, forma não-violenta de protesto) como um meio de revolução. Afirmava que a “violência é criada por desigualdade, a não violência pela igualdade". O Bhagavad-Gita (escritura hindu) e o Sermão da Montanha tornaram-se mais tarde as suas bíblias e guias de viagens espirituais. Em 30 de janeiro de 1948, Gandhi é assacinado numa reunião de oração por um hindu; no seu último suspiro o Mahatma cantou o nome de Deus.
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Palavras de Gandhi:
"A não-violência não existe se apenas amamos aqueles que nos amam. Só há não-violência quando amamos aqueles que nos odeiam. Sei como é difícil assumir essa grande lei do amor. Mas todas as coisas grandes e boas não são difíceis de realizar? O amor a quem nos odeia é o mais difícil de tudo. Mas, com a graça de Deus, até mesmo essa coisa tão difícil se torna fácil de realizar, se assim queremos.”
"Ao rejeitar a espada, não tenho senão a lâmina do amor para oferecer àquele que investiu contra mim. É ao oferecer-lhe esta lâmina que espero sua aproximação. Não posso conceber um estado de hostilidade permanente entre um homem e outro. Pois, crendo na reencarnação, vivo na esperança que, se não nesta vida humana mas numa outra, poderei cingir toda a humanidade num fraternal abraço.”
"O Amor e a verdade estão tão unidos entre si que é praticamente impossível separá-los. São como duas faces da mesma medalha.”
"Quem busca a verdade, quem obedece a lei do amor, não pode estar preocupado com o amanhã."
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(Texto baseado no site da Wikipédia a Enciclopédia Livre)

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Lembrando uma Grande Alma que se fez Pequenina

Pequena Biografia:
Santa Teresinha do Menino Jesus (de Lisieux) nasceu em Alençon, na França, em 2 de janeiro de 1873. Foi batizada com o nome de Maria Francisca Martin. Aos quinze anos, conseguiu permissão para entrar no Carmelo, em Lisieux. Na ocasião de sua comunhão disse:
“Chegou finalmente o mais belo dos dias! Que inefáveis recordações deixaram na minha alma os mais pequenos pormenores desse dia do Céu!... Mas não quero entrar em pormenores. Há coisas que perdem o seu perfume quando expostas ao ar; há pensamentos da alma que não se podem traduzir em linguagem da terra sem perderem o sentido íntimo e celeste; são como aquela "Pedra branca que será dada ao vencedor, sobre a qual está escrito um nome que ninguém conhece, a não ser aquele que a recebe". Ah! como foi doce o primeiro beijo de Jesus à minha alma!...
Foi um beijo de amor. Sentia-me amada e dizia por minha vez: "Eu amo-Vos! Dou-me a Vós para sempre!" Não houve pedidos, nem lutas, nem sacrifícios. Desde há muito, Jesus e a pobre Teresinha tinham-se olhado e tinham-se compreendido... Nesse dia já não era um olhar, mas uma fusão, já não eram dois: a Teresa desaparecera como a gota de água que se perde no oceano. Só ficava Jesus, como dono, como Rei.”
Teresinha teve seus últimos anos consumidos pela terrível tuberculose, que, no entanto, não venceu sua paciência com os desígnios do Supremo. Morreu em 1° de outubro de 1897, com vinte e quatro anos, depois de prometer uma chuva de rosas sobre a Terra quando expirasse.
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Palavras de Santa Terezinha:

Eu queria também encontrar um ascensor que me elevasse até Jesus, porque sou demasiado pequena para subir a rude escada da perfeição. Então, procurei nos Livros Sagrados a indicação do ascensor — objeto do meu desejo —, e li as estas palavras saídas da boca da Sabedoria eterna: Se alguém for pequenino, venha a mim.
Então, aproximei-me, adivinhando que tinha encontrado o que procurava, e querendo saber, ó meu Deus! O que faríeis ao pequenino que respondesse ao vosso apelo. Continuei as minhas buscas, e eis o que encontrei: — Como uma mãe acaricia o seu filho, assim eu vos consolarei; levar-vos-ei ao colo e embalar-vos-ei nos meus joelhos! Ah! Nunca palavras tão ternas e tão melodiosas me vieram alegrar a alma.
O ascensor que me há de elevar até ao Céu, são os vossos braços, ó Jesus! Para isso não tenho necessidade de crescer; pelo contrário, é preciso que eu permaneça pequena, e que me torne cada vez mais pequena. Ó meu Deus! excedestes a minha esperança, e eu quero cantar as vossas misericórdias.
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Considerando o corpo místico da Igreja, não me tinha reconhecido em nenhum dos membros descritos por S. Paulo; ou melhor, queria reconhecer-me em todos… A caridade deu‑me a chave da minha vocação. Compreendi que se a Igreja tinha um corpo composto de diversos membros, o mais necessário, o mais nobre de todos não lhe faltava: compreendi que a Igreja tinha um coração, e que esse coração estava ardendo de amor. Compreendi que só o Amor fazia agir os membros da Igreja; que se o Amor se apagasse, os apóstolos já não anunciariam o Evangelho, os mártires recusar-se-iam a derramar o seu sangue... Compreendi que o Amor encerra todas as Vocações, que o Amor é tudo, que abarca todos os tempos e todos os lugares... numa palavra, que é Eterno!...
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Tu fazes-me pensar numa criancinha que começa a erguer-se de pé, mas que ainda não sabe caminhar. Querendo a todo o custo subir ao alto duma escada para estar com a sua mamã, levanta o pézito para subir o primeiro degrau. Mas é um esforço inútil! Cai uma e outra vez, sem chegar a avançar. Muito bem: aceita ser essa criança. Pela prática de todas as virtudes, levanta sempre o teu pézito para subires a escada da santidade. Não conseguirás subir o primeiro degrau sequer. Mas o que Deus apenas te pede é a tua boa vontade. Do alto da escada Ele olha-te com amor. Rapidamente vencido pelos teus inúteis esforços, Ele mesmo baixará e tomando-te nos seus braços, levar-te-á para sempre para o seu reino, onde jamais te afastarás d’Ele. Mas se não chegares a levantar o teu pézito Ele deixar-te-á muito tempo na terra.
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Sim, meu Bem-amado!
Assim se consumirá a minha vida... Não tenho outro meio de Te provar o meu amor, senão o de lançar flores, isto é, não deixar escapar nenhum pequeno sacrifício, nenhum olhar, nenhuma palavra; aproveitar todas as mais pequenas coisas e fazê-las por amor... Quero sofrer por amor e sorrir por amor. Assim lançarei flores diante do teu trono. Não encontrarei nenhuma sem a desfolhar para Ti...
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(Trechos colhidos do Livro autobiográfico História de uma Alma)

domingo, 28 de setembro de 2008

Grande Coisa é o Amor!

Grande coisa é o amor! É um bem verdadeiramente inestimável que por si só torna suave o que é difícil e suporta sereno toda a adversidade. Porque leva a carga sem lhe sentir o peso e torna o amargo doce e saboroso. O amor tende sempre para as alturas e não se deixa prender pelas coisas inferiores. O amor deseja ser livre e isento de todo apego mundano, para não ser impedido no seu afeto íntimo nem se embaraçar com algum incômodo. Nada mais doce do que o amor, nada mais forte, nada mais sublime, nada mais amplo, nada mais delicioso, nada mais perfeito ou melhor no céu e na terra; porque o amor procede de Deus, e em Deus só pode descansar, acima de todas as criaturas.
Quem ama, voa, corre, vive alegre, é livre e sem embaraço. Dá tudo por tudo e possui tudo em todas as coisas, porque sobre todas as coisas descansa no Sumo Bem, do qual dimanam e procedem todos os bens. Não olha para as dádivas, mas elava-se acima de todos os bens até Àquele que os concede. O amor muitas vezes não conhece limites, mas seu ardor excede a toda medida. O amor não sente peso, não faz caso das fadigas e quer empreender mais do que pode; não se escusa com a impossibilidade, pois tudo lhe parece lícito e possível. Por isso de tudo é capaz e realiza obras, enquanto o que não ama desfalece e cai.
Frei Tomás de Kempis
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A doce e terna imagem acima, de Geisa Cruvinel, nos apresenta a grandeza do amor através da pureza e espontaneidade de duas lindas crianças, que num gesto simples de afeto nos fazem refletir na essência sublime do amor.

sábado, 20 de setembro de 2008

Viver & Plantar

Eu também sou vítima de sonhos adiados, de esperanças dilaceradas, mas, apesar disso, eu ainda tenho um sonho, porque a gente não pode desistir da vida.
Martin Luther King
A vida é fruto da decisão de cada momento. Talvez seja por isso, que a idéia de plantio seja tão reveladora sobre a arte de viver.
Viver é plantar. É atitude de constante semeadura, de deixar cair na terra de nossa existência as mais diversas formas de sementes.
Cada escolha, por menor que seja, é uma forma de semente que lançamos sobre o canteiro que somos. Um dia, tudo o que agora silenciosamente plantamos, ou deixamos plantar em nós, será plantação que poderá ser vista de longe...
Para cada dia, o seu empenho. A sabedoria bíblica nos confirma isso, quando nos diz que "debaixo do céu há um tempo para cada coisa!"
Hoje, neste tempo que é seu, o futuro está sendo plantado. As escolhas que você procura, os amigos que você cultiva, as leituras que você faz, os valores que você abraça, os amores que você ama, tudo será determinante para a colheita futura.
Felicidade talvez seja isso: alegria de recolher da terra que somos, frutos que sejam agradáveis aos olhos!
Infelicidade, talvez seja o contrário.
O que não podemos perder de vista é que a vida não é real fora do cultivo. Sempre é tempo de lançar sementes... Sempre é tempo de recolher frutos. Tudo ao mesmo tempo. Sementes de ontem, frutos de hoje, Sementes de hoje, frutos de amanhã!
Por isso, não perca de vista o que você anda escolhendo para deixar cair na sua terra.
Cuidado com os semeadores que não lhe amam. Eles têm o poder de estragar o resultado de muitas coisas.
Cuidado com os semeadores que você não conhece. Há muita maldade escondida em sorrisos sedutores...
Cuidado com aqueles que deixam cair qualquer coisa sobre você, afinal, você merece muito mais que qualquer coisa.
Cuidado com os olhares de quem não sabe lhe amar... eles costumam lhe fazer esquecer que você vale à pena...
Cuidado com as palavras mentirosas que esparramam por aí... elas costumam estragar o nosso referencial da verdade...
Cuidado com as vozes que insistem em lhe recordar os seus defeitos... elas costumam prejudicar a sua visão sobre si mesmo.
Não desanime de você, ainda que a colheita de hoje não seja muito feliz.
Não coloque um ponto final nas suas esperanças. Ainda há muito o que fazer, ainda há muito o que plantar, e o que amar nessa vida.
Ao invés de ficar parado no que você fez de errado, olhe para frente, e veja o que ainda pode ser feito...
A vida ainda não terminou. E já dizia o poeta "que os sonhos não envelhecem..."
Vai em frente. Sorriso no rosto e firmeza nas decisões.
Deus resolveu reformar o mundo, e escolheu o seu coração para iniciar a reforma.
Pe Fábio de Melo
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O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher.
Cora Coralina
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A imagem acima, que desconheço autor, me fez refletir na beleza da vida, de como a vida surge e delicadamente floresce, mesmo que singelamente, num meio aparentemente adverso e hostil, onde parece não haver mais esperança e encontra-se só marcas de sofrimentos. A vida suavemente vai reaparecendo, demonstrando que tudo supera e que sempre há esperança. Importante é não desistir, seguir em frente, para que ela possa frutificar e que esses frutos sejam bons.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

O Que Mais Sofremos

O que mais sofremos no mundo.
Não é a dificuldade. É o desânimo em superá-la.
Não é a provação. É o desespero diante do sofrimento.
Não é a doença. É o pavor de recebê-la.
Não é o parente infeliz. É a mágoa de tê-lo na equipe familiar.
Não é o fracasso. É a teimosia de não reconhecer os próprios erros.
Não é a ingratidão. É a incapacidade de amar sem egoísmo.
Não é a própria pequenez. É a revolta contra a superioridade dos outros.
Não é a injúria. É o orgulho ferido.
Não é a tentação. É a volúpia de experimentar - lhes os alvitres.
Não é a velhice do corpo. É a paixão pelas aparências.
Como é fácil de perceber, na solução de qualquer problema, o pior problema é a carga de aflição que criamos, desenvolvemos e sustentamos contra nós.
Albino Teixeira
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(Foto - desconheço autor)

domingo, 14 de setembro de 2008

Silêncio e Entrega

As grandes verdades só se comunicam através do silêncio.
Claudel
O objetivo do silêncio é tornar-nos mais abertos para Deus, de modo que Deus possa encher nossas realizações, nosso pensar e nosso agir. O silêncio deve tornar-nos transparentes para o espírito de Deus, de modo que Deus possa assumir a direção em nós. Não somos nós, com nossa estreiteza e nosso egoísmo, que determinamos a nossa vida, mas sim o próprio espírito de Deus, ao qual no silêncio nós nos entregamos e em quem depositamos nossa confiança.
Anselm Grün
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Verdadeiro silêncio é aquele que é pleno de amor: silêncio que reza... silêncio que observa... silêncio que esquece de si...
Duret
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sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Singela Lembrança


Versos escritos na primeira página do
“IMITAÇÃO DE CRISTO”
Quando meu pobre coração doente
Cheio de mágoas, desolado e aflito,
Sinto bater descompassadamente,
Abro este livro então: leio e medito.

Leio e medito nesta voz celeste
Que vem de Além, qual mensageiro santo,
Trazer um ramo de oliveira agreste
Aos que navegam sobre o mar do pranto.

Meus pobres olhos sempre rasos d’água,
Por um instante deixam de chorar;
E nas asas da Prece a minha mágoa
Vai-se um momento para além Mar.

E dentro d’alma, nua de esperança,
Eu penso ouvir como n’um sonho doce
Alguém que fala n’uma voz tão mansa
Como se o eco de um suspiro fosse.

“Vem a mim se padeces; no meu seio
Corre a fonte serena da Alegria...
Eu sou Aquele que sorrindo veio
Dourar as trevas da Melancolia.

Eu sou um branco e pálido sorriso
Iluminando a tua solidão:
Faze de minha Cruz um Paraíso
E de meu Coração teu coração.

Faze-te humilde, humilde e pequenina,
Como as crianças como os passarinhos...
Escuta e guarda a minha lei divina,
No sacrário ideal dos meus carinhos.

Não sabes quanto padeci no Horto,
Por ti, por teu amor, filha querida?
Eu sou o Anjo formoso do conforto,
Venho trazer o bálsamo à ferida.

Carrega a tua Cruz e vem comigo
Pela estrada da Dor e do Tormento.
Eu serei teu irmão, teu sol, o amigo
Que em lírios mudará o sofrimento.

Venho trazer a Paz... Longe da terra
A Paz habita... Ao pé do Santuário,
Ó minha filha, a doce paz se encerra
Dentro da História, dentro do Sacrário.

Felizes os que sofrem e no meu seio
Recolhem suas queixas como preces;
Volta o pesar ao Céu de onde ele veio...
Feliz, ó sim! Feliz tu que padeces!”

E a mesma voz escuto, o mesmo canto,
De cada vez que o meu olhar ungido
Cai docemente neste livro santo,
Lembrança amiga de um irmão querido.

Amo tanto o meu livro, ele é tão puro,
Consola tanto o coração aflito!
Ah! Desta vida no caminho escuro
Ele será meu talismã bendito!
Auta de Souza
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Nota Biográfica: “Auta de Souza nasceu em Macaíba, pequena cidade do Rio Grande do Norte, em 12 de setembro de 1876; educou-se no Colégio São Vicente de Paulo, em Pernambuco, sob a direção de religiosas francesas; e faleceu em 07 de fevereiro de 1901, na cidade de Natal. Uma biografia simples como os seus versos e o seu coração...”. Palavras de Henrique Castriciano, irmão de Auta.
Ficou órfã de mãe antes dos três anos de idade, e de pai antes dos cinco anos; tendo sido criada por sua avozinha Dindinha, que se lhe tornara mãe extremosa. A ela dedicou os versos abaixo:
Minh’alma vai cantar, alma sagrada!
Raio de sol dos meus primeiros dias...
Gota de luz das regiões sombrias
Da minha vida triste e amargurada.

Minh’alma vai cantar, velhinha amada!
Rio onde correm minhas alegrias...
Anjo bendito que me refugias
Nas tuas asas contra a sina irada!
Tristão de Ataíde ao prefaciar a 3ª edição do livro Horto (único livro que Auta escreveu em vida), disse: “Sua poesia alcançou uma intensidade de sentimento cristão que até hoje não envelheceu (...). Auta de Souza sofreu unida à Cruz do Salvador. E foi esse o grande, o luminoso consolo de sua vida. Fez versos por amor da Poesia, por um amor tocante, puríssimo, da Poesia e não para aparecer ou comunicar uma mensagem. Fez versos para si e para aqueles que mais de perto a cercavam. Nunca sonhou com a glória literária. Nem mesmo com esse eco que só depois de morta veio encontrar no coração dos simples, onde toda uma parte dos seus poemas encontrou a mais terna repercussão. E esse sentimento de absoluta pureza é o que mais encanta nos seus poemas. Auta de Souza viveu em estado de graça e os seus versos o revelam de modo evidente.”
Ao refletir sobre sua morte escreveu:
Quando eu deixar a terra, dá-me flores
Boiando à tona de um sorriso teu;
Que os risos das crianças são andores
Onde os anjos nos levam para o céu...
Quando eu deixar a terra, quero flores!

terça-feira, 9 de setembro de 2008

É Preciso

É preciso não esquecer nada:
nem a torneira aberta
nem o fogo aceso,
nem o sorriso para os infelizes
nem a oração de cada instante.
É preciso não esquecer
de ver a nova borboleta
nem o céu de sempre.
O que é preciso é esquecer
o nosso rosto,
o nosso nome,
o som da nossa voz,
o ritmo do nosso pulso.
O que é preciso esquecer
é o dia carregado de atos,
a idéia de recompensa e de glória.
O que é preciso é ser
como se já não fôssemos,
vigiados pelos próprios olhos severos conosco,
pois o resto não nos pertence.
Cecília Meireles
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(Fonte da foto - www.imagens.kboing.com.br)

sábado, 6 de setembro de 2008

Aprendendo com a Vida

Coisas que a vida ensina depois dos 40
Amor não se implora, não se pede não se espera...
Amor se vive ou não.
Ciúmes é um sentimento inútil. Não torna ninguém fiel a você.
Animais são anjos disfarçados, mandados à terra por Deus para mostrar ao homem o que é fidelidade.
Crianças aprendem com aquilo que você faz, não com o que você diz.
As pessoas que falam dos outros pra você, vão falar de você para os outros.
Perdoar e esquecer nos torna mais jovens.
Água é um santo remédio.
Deus inventou o choro para o homem não explodir.
Ausência de regras é uma regra que depende do bom senso.
Não existe comida ruim, existe comida mal temperada.
A criatividade caminha junto com a falta de grana.
Ser autêntico é a melhor e única forma de agradar.
Amigos de verdade nunca te abandonam.
O carinho é a melhor arma contra o ódio.
As diferenças tornam a vida mais bonita e colorida.
Há poesia em toda a criação divina.
Deus é o maior poeta de todos os tempos.
A música é a sobremesa da vida.
Acreditar, não faz de ninguém um tolo. Tolo é quem mente.
Filhos são presentes raros.
De tudo, o que fica é o seu nome e as lembranças a cerca de suas ações.
Obrigado, desculpa, por favor, são palavras mágicas, chaves que abrem portas para uma vida melhor.
O amor... Ah, o amor...
O amor quebra barreiras, une facções, destrói preconceitos, cura doenças...
Não há vida decente sem amor!
E é certo, quem ama, é muito amado.
E vive a vida mais alegremente...
Artur da Távola
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