Pesquisar este blog

sábado, 10 de maio de 2008

Simbólicas

Quando Deus criou Além
As estrelas em cardume,
Na terra criou também
As flores, mas sem perfume.

Um dia, ao mundo de abrolhos
A virgem pura desceu,
Com um manto da cor dos olhos
E uns olhos da cor do Céu.

No Céu azul de seu manto
Brilhava um astro: Jesus!
E, em seu olhar sacrossanto,
Boiava a Inocência, a Luz...

Maria! - os anjos clamaram
A chorar, vendo-a partindo...
Tu levas nossa alegria...
Mas da terra lhe acenaram
As flores todas, abrindo:
“Maria!”

E Ela deixou do Infinito
Os resplendentes fulgores,
Para acudir ao bendito
Aceno doce das flores.

E teve pena de vê-las
Formosas, mas sem ter brilho:
Olhou sorrindo as estrelas
Dos cabelos de seu Filho...

Ah! fora Ela que as fizera
Com a graça de seu sorriso,
Num dia de Primavera,
Na glória do Paraíso!

E seus olhos procuraram
Algum oculto tesouro:
“Para as flores, que faria?
Quando do Céu a chamaram
Os Anjos todos, em coro:
“Maria!”

Ia partir... Que lembrança
Podia deixar no campo?
Dera o sorriso à criança,
Estrelas ao pirilampo!

Nos meigos olhos perpassa
Não sei que lampejo doce...
E a Virgem, cheia de graça,
Do mundo triste evolou-se.

Mas, Ela, que dera o encanto
Do riso sagrado à infância,
Da dobra azul de seu manto
Deixou cair a fragrância.

Desde esse dia, na terra,
As flores sabem falar...
A voz da flor é a ambrosia
Que tanta doçura encerra
Quando murmura ao luar:
“Maria!”
Auta de Souza
*****

Um comentário:

Ela disse...

hoje, aqui, tem um cheiro doce d e poesia.
Lindo demais

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...