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As estrelas em cardume,
Na terra criou também
As flores, mas sem perfume.
Um dia, ao mundo de abrolhos
A virgem pura desceu,
Com um manto da cor dos olhos
E uns olhos da cor do Céu.
No Céu azul de seu manto
Brilhava um astro: Jesus!
E, em seu olhar sacrossanto,
Boiava a Inocência, a Luz...
Maria! - os anjos clamaram
A chorar, vendo-a partindo...
Tu levas nossa alegria...
Mas da terra lhe acenaram
As flores todas, abrindo:
“Maria!”
E Ela deixou do Infinito
Os resplendentes fulgores,
Para acudir ao bendito
Aceno doce das flores.
E teve pena de vê-las
Formosas, mas sem ter brilho:
Olhou sorrindo as estrelas
Dos cabelos de seu Filho...
Ah! fora Ela que as fizera
Com a graça de seu sorriso,
Num dia de Primavera,
Na glória do Paraíso!
E seus olhos procuraram
Algum oculto tesouro:
“Para as flores, que faria?
Quando do Céu a chamaram
Os Anjos todos, em coro:
“Maria!”
Ia partir... Que lembrança
Podia deixar no campo?
Dera o sorriso à criança,
Estrelas ao pirilampo!
Nos meigos olhos perpassa
Não sei que lampejo doce...
E a Virgem, cheia de graça,
Do mundo triste evolou-se.
Mas, Ela, que dera o encanto
Do riso sagrado à infância,
Da dobra azul de seu manto
Deixou cair a fragrância.
Desde esse dia, na terra,
As flores sabem falar...
A voz da flor é a ambrosia
Que tanta doçura encerra
Quando murmura ao luar:
“Maria!”
Que tanta doçura encerra
Quando murmura ao luar:
“Maria!”
Auta de Souza
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Um comentário:
hoje, aqui, tem um cheiro doce d e poesia.
Lindo demais
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