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terça-feira, 18 de outubro de 2011

Repartir o Pão

      "A caridade sempre foi a força que me sustentou; tudo sempre valeu a pena, por causa dela... Quando ficava muito aborrecido comigo mesmo, com as minhas imperfeições e erros, procurava a periferia da cidade, visitando as favelas... Sempre encontrei na prática do bem a mensagem de consolação e o conforto espiritual de que me achava carente. (...) Trocava um pedaço de pão por energia para o dia seguinte."
(Chico Xavier)
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      Conta uma legenda da tradição franciscana: Certo dia se surpreendeu Francisco a si mesmo muito alegre porque começava a degustar Deus em todas as coisas. Saiu pelos caminhos cantando e convidando a cantar. Passou por um pessegueiro e lhe disse: “Pessegueiro, meu irmão, fale-me de Deus!” E o pessegueiro estremeceu um pouco como sacudido por brisa leve. E floresceu totalmente como se nele tivesse irrompido a primavera. Francisco saiu mais alegre ainda. Passou por um ribeirinho que se represava naturalmente junto a uma sombra benfazeja. Disse-lhe Francisco embriagado de Deus: “Ribeirinho, meu irmão, fale-me de Deus!” E as águas começaram a borbulhar como se quisessem falar. Depois foram se acalmando até criar-se um espelho de água cristalina. Francisco olhou atentamente para a profundidade. E viu lá dentro o rosto de sua querida Clara. Saiu radiante e mais alegre.
      Um pouco além encontrou, sentados num fio, um bando de passarinhos. “Passarinhos, meus irmãos, falem-me de Deus.” E os passarinhos começaram a piar e a repiar uma melodia que jamais se ouvira naquela região. Depois silenciaram. Formaram como uma cruz e subiram em flecha para o céu sereno. Francisco saiu cantarolando de alegria exuberante. Encontrou um homem com sua mochila às costas como se viesse de longa caminhada. Disse-lhe: “meu irmãozinho, fale-me de Deus!” E o irmão nada disse. Tomou Francisco pela mão e com carinho o conduziu consigo à cidade. Chegaram ao centro. Atravessaram a cidade e pararam na periferia onde moram os pobres. Foi à pequena praça, onde se busca a água escassa, onde estão as mulheres que lavam a roupa, os velhos que conversam, os mais pobres que esmolam, as crianças que brincam. Sentou-se junto à primeira roda. Abriu a mochila e foi distribuindo pão com mão generosa. Todos começaram a se aproximar. Recebiam o pão e se afastavam. A mão entrava e saia da mochila. O pão era distribuído fartamente.
      E na medida em que os homens repartiam entre si o pão recebido, uns ajudando os outros, o pão miraculosamente não faltava da mochila e bastava a todos os necessitados. Depois, muito grave, apenas olhou para o céu e disse: “Pai-nosso”. Em seguida olhando em volta apenas disse: “O pão nosso!” Francisco entendeu e não se continha de tanta alegria porque encontrara Deus no partir o pão e nos irmãos pobres e necessitados que repartiam entre si o pão recebido.
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3 comentários:

Rose disse...

O exercício do Bem nos coloca frente a frente com nossos limites, mas, principalmente, nos ensina a elastecer as possibilidades, amigo!...
Deus nos abençoe, para que sejamos cada vez mais portadores de bênçãos aos que nos cercam e menos restritos ou fechados em nossos limites egoísticos!
Paz em Jesus!
Carinho,
Rose

Direito e Poesia-Autora Silvia Araújo Motta-BH-MG-Brasil disse...

443-VER PARA CRER (Ter Fé) -Sonetilho monossílabo

Por Sílvia Araújo Motta
Sonetilho monossílabo


Quem (Aquele que) (Rima A)
crer (acreditar) (Rima B)
vem (Rima A)
ler. (a Bíblia) (Rima B)

Quem (Aquele que) (Rima A)
ler (Rima B)
vem (Rima A)
ter.(fé) (Rima B)

Sem (Rima A)
ter(fé) (Rima B)
vem! (Rima A)

Crê (Rima C)
quem (Rima A)
vê. (Rima C)(Tomé precisou ver para crer)

Belo Horizonte, 16 de abril de 2006.
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Direito e Poesia-Autora Silvia Araújo Motta-BH-MG-Brasil disse...

SAUDADE DO PÃO À MÃO –Soneto do Verso Sonoro na 1ª sílaba.Rimado ABAB,ABAB,CDC,EDE

Por Sílvia Araújo Motta/Belo Horizonte/MG

Come? (A)
Tem (B)
Fome? (A)
Vem, (B)

chame (A)
quem (B)
ame, (A)
sem (B)

dor... (C)
Pede (D)
por (C)

pão... (E)
Cede (D)
mão. (E)
-
Belo Horizonte,quinta-feira, 17 de julho de 2008.

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VOCÊ SABIA?

1-Os versos de uma sílaba são de uso RARO.Geralmente aparecem combinados com outros maiores para obtenção de certos efeitos sonoros . Os versos monossílabos, MUITO RAROS, têm um só acento tônico ou predominante:

2-O poeta CASSIANO RICARDO
Escreveu estes poemas monossílabos:
"Pingo
dágua,
pinga,
bate
tua
mágoa!"

"Quem
não
tem
seu
bem
que
não
vem?
Ou
vem
mas
em
vão?
Quem?"
(Cassiano Ricardo)
3-Outros exemplos de posicionamento de rimas nos TERCETOS são CDE/CDE; CDE/EDC E TAMBÉM
CCE/DDE; CAC/DAD; CEC/DED; CDC/EDE...

Escolha o que achar melhor para
o seu SONETO de métricas e de rimas,
encontradas na quase totalidade
dos SONETOS CLÁSSICOS.

Há sonetistas modernos,
entretanto, que aboliram esses conceitos,
usando versos brancos (sem rima)
em suas composições.O poeta
MARTINS FONTES escreveu
O SONETO MONOSSÍLABO
onde cada verso tem uma sílaba apenas.

4-Gosto da simplicidade dos monossílabos!
Na grandeza do MUNDO POETA ponho a SAUDADE em pequenos frascos monossílabos.

5-AS RIMAS ABAB são cruzadas ou entrelaçadas.
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