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domingo, 5 de abril de 2015

A Páscoa com Cristo e em Cristo!

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“Cristo está na cruz: aproximemo-nos dele, participemos de seus sofrimentos para ter parte também em sua glória. Cristo jaz entre os mortos: morramos ao pecado para vivermos para a justiça. Cristo repousa num túmulo novo: purifiquemo-nos do velho fermento, tornemo-nos uma massa nova e sejamos para ele um lugar de repouso. Cristo desce à mansão dos mortos: desçamos também com ele pela humilhação que exalta, a fim de ressuscitarmos, sermos exaltados e glorificados com ele, sempre vendo e sendo vistos por Deus. Vós que sois do mundo, sede livres; vós que estais amarrados, saí; vós que estais nas trevas, abri os olhos para a luz; vós que estais no cativeiro, libertai-vos; cegos, levantai os olhos. Desperta, Adão que dormes, levanta-te dentre os mortos, pois Cristo, nossa ressurreição apareceu!”
São João Damasceno
 (Lecionário Monástico, II)
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Merece ser transcrito neste contexto o episódio acontecido em Greccio num domingo de Páscoa e que revela a densidade do itinerário pascal de Francisco:
“Em certo dia de Páscoa, os irmãos do eremitério de Greccio, tinham posto a mesa melhor do que era costume, com guardanapos e copos. O Pai ao descer da cela, viu a mesa suntuosamente bem provida e ornamentada: mas este risonho espetáculo entristeceu-o. Retirou-se sorrateiramente na ponta dos pés, pôs o chapéu dum pobre ali presente, pegou num bordão e saiu. De pé, junto da porta, esperou que os irmãos se sentassem à mesa; não costumavam esperar quando ele não aparecia ao sinal dado. Apenas começaram a comer, este autêntico pobre pôs-se a gritar à porta: “Por amor do Senhor dai esmola a um peregrino pobre e doente” – “Entra, bom homem, responderam os irmãos, por amor daquele que invocaste!” Entrou e apresentou-se aos irmãos sentados à mesa: que espanto para aqueles burgueses, à chegada de tal peregrino! A seu pedido deram-lhe uma tigela. Sentou-se no chão a um canto e pousou a tigela. “Agora estou sentado como um verdadeiro frade menor! Nós devemos, mais do que os outros religiosos, sentir-nos na obrigação de imitar os exemplos da pobreza que nos deu o Filho de Deus. Esta mesa bem provida e ornamentada, julguei-a indigna dos pobres, que andam a mendigar de porta em porta. Meus irmãos, nós somos os verdadeiros hebreus, atravessando o deserto deste mundo como peregrinos e estrangeiros, e devemos sempre com a alma de pobre, celebrar Páscoa do Senhor, isto é, a passagem deste mundo para o do Pai.
(Em “A Páscoa de São Francisco”,
de Motte e Geraldo Hégo, Braga)
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