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segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Natal - II

Irmão Francisco, diga alguma coisa, disse Frei Leão. Palavras? Perguntou Francisco. As palavras acertadas aqui são lágrimas. É demais, irmão Leão! O Senhor foi bom demais conosco. Quando penso em Belém, só posso chorar. Não sei falar, irmão Leão. Só poderia dizer alguma palavras soltas, contudo, é melhor o silêncio com as lágrimas.
Pois diz essas palavras soltas que o mistério do Natal te faz lembrar, insistiu Frei Leão. Francisco ficou muito tempo em silêncio, com os olhos fechados. Depois abriu a boca para dizer alguma coisa, porém, não disse nada. Houve mais um grande silêncio. Parecia que o Irmão estivesse controlando as emoções e tentando reduzi-las a palavras. No fim, com voz suave e dulcíssima, começou a debulhar devagarinho as palavras soltas: Belém. Humildade. Paz. Silêncio. Intimidade. Gozo. Doçura. Esperança. Benignidade. Suavidade. Aurora. Bondade. Amor. Luz. Ternura. Amanhecer...
(Texto - São Francisco de Assis)

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